Projeto “Trilhos da Alfabetização” apresenta seminário virtual “Por uma Educação Antirracista”, sobre cultura afro-brasileira e indígena

  • Maranhão
  • 13/01/22
    Apresentação do grupo tradicional maranhense, Boi da Floresta do Mestre Apolônio.

    O Projeto “Trilhos da Alfabetização”, que tem como uma de suas estratégias de educação o letramento racial de meninos e meninas maranhenses, realizou o seminário virtual “Por uma Educação Antirracista”. Diante do tema sobre a valorização das culturas afro-brasileira e indígena, os professores Claudett Ribeiro, Mônica Lima (UFRJ), Renato Nogueira (UFRRJ) e Carlos Benedito Rodrigues da Silva (UFMA) reforçaram a urgência do estudo aprofundado dessas culturas, incluindo no currículo escolar brasileiro os temas a fim de construir uma educação inclusiva e antirracista, desde sua estrutura.  

    “A gente precisa levar em conta o protagonismo do movimento social negro brasileiro, com ações que não se restringem às denúncias contra o racismo. Elas se ampliam, especialmente no ponto de vista pedagógico, com proposições históricas, por um currículo emancipatório em que haja reconhecimento de saberes tradicionais. Também na produção de conhecimento científico que levem em conta a plurietnicidade brasileira desde a educação básica”.    

    Carlos Benedito Rodrigues da Silva (UFMA)

    A professora Mônica Lima apresentou ao público o caderno pedagógico “Por uma Educação Antirracista”.

    “A primeira questão que eu coloco é ‘qual a importância de um material desta natureza para o nosso trabalho?’ As estatísticas apontam para uma desigualdade no acesso à educação em que aspectos sociais e raciais se entrelaçam. Portanto, temos uma estatística dolorosa para as nossas crianças, em especial para as crianças negras neste país. Nós sabemos que esses aspectos, que criam desigualdades e dificultam à aprendizagem vinculados ao racismo, foram construídos ao longo do tempo. Assim como eles foram construídos, podem ser descontruídos. Como disse Nelson Mandela: ‘Podemos aprender a amar mesmo que tenhamos sido ensinados a odiar’. É esse o caminho que uma educação antirracista pode nos ajudar a criar”.

    Mônica Lima, professora da UFRJ

    O evento ainda foi marcado pelo lançamento do caderno pedagógico, que está sendo distribuído para educadores da rede pública dos 24 municípios que participam do projeto. O objetivo do material é que a educação seja mais um instrumento para que jovens se sintam representados nos ambientes onde circulam e vivem. 

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